Pular para o conteúdo principal

Moradores da Av. Tronco e Arroio Cavalhada marcham em defesa da moradia

Foto: Lucimar F Siqueira
Moradores das Comunidades atingidas pelas obras da Av. Tronco e Projeto Integrado Socioambiental fizeram uma marcha no último sábado (01/10) em defesa da moradia. A caminhada saiu do Posto Falcão junto à Vila Cristal e se dirigiu para a área do Jockey Club do Rio Grande do Sul, na Av. Diário de Notícias. Isto porque aproximadamente 1.800 famílias serão removidas para as obras de duplicação da Av. Tronco e outras 1.600 atingidas pelo PISA.

A Prefeitura de Porto Alegre argumenta que o principal obstáculo para reassentar os moradores na região reside na dificuldade para comprar áreas próximas. Porém, não quer colocar em pauta a discussão sobre uma área disponível com potencial para construção de moradias para todas as famílias que serão removidas. Que área é essa?

Foto: Lucimar F. Siqueira
O Município tem à disposição uma área de 17 hectares que pode ser convertida em Área de Interesse Social, instrumento previsto no Estatuto da Cidade, Plano Diretor e Plano Local de Habitação de Interesse Social. É a área das “cocheiras do Jóquei”. Cabe lembrar que os instrumentos citados são todos requisitos fundamentais para acessar recursos para as obras que estão provocando as remoções. É o aparato legal que protege o direito à moradia adequada e deve inibir os impactos negativos dos reassentamentos.


Além disso, a Prefeitura possui mais um mecanismo para tornar ágil os processos referentes à moradia. A Comissão de Análise e Aprovação da Demanda Habitacional Prioritária (CAADHP) foi criada em 2009 para agilizar os processos de gravames de AEIS do Programa Minha Casa Minha Vida. Portanto, já existe um corpo técnico e rotinas administrativas que podem ser acionados também para este caso.
Foto: Lucimar F. Siqueira
Desta forma, o Município de Porto Alegre pode se valer dos instrumentos  urbanísticos, da eficiência da organização utilizada para instituir 41 AEIS para o MCMV e utilizar a área das cocheiras do Jockey para resolver a questão dos reassentamentos.

Mais do que isto, pode aproveitar a comemoração aos 10 anos do Estatuto da Cidade e encaminhar projeto solicitando o gravame de AEIS para a área das cocheiras do Jockey Club do Rio Grande do Sul. 


Lucimar F. Siqueira
Geógrafa
Assessora Técnica ONG Cidade

Postagens mais visitadas deste blog

Minha Casa Minha Vida - Renda até 03 Salários Mínimos - o caso da Av. Tronco

Foto: Lucimar F Siqueira O Programa Minha Casa Minha Vida é a única alternativa de produção habitacional para moradores que serão removidos para dar lugar às obras para a Copa 2014 em Porto Alegre. No caso da duplicação da Avenida Tronco o DEMHAB contou no levantamento cadastral 1.459 famílias consideradas com renda até 03 SM. Portanto, os projetos do MCMV deverão atender estas famílias, exceto quem optou por Bônus Moradia.  Várias dúvidas estão sendo apresentadas pelas famílias. Entre elas o tipo de contrato que será firmado com os moradores e o tamanho das unidades habitacionas, seja casa ou apartamento. Abaixo, algumas informações obtidas no site do Ministério das Cidades e consulta à Caixa Econômica Federal de Porto Alegre.  TIPO DE CONTRATO Minha Casa Minha Vida e Caixa Econômica Federal O contrato para o MCMV até 03 Salários Mínimos é realizado diretamente pelos moradores com a Caixa Econômica Federal após o cadastro realizado junto à prefeitura. Para a Cai...

Complexo Cais Mauá e direito à moradia no centro de Porto Alegre

Por Lucimar F Siqueira ONG Cidade A edição impressa da revista Carta Capital de 8 de fevereiro de 2012 traz uma matéria com o arquiteto Fermín Vázquez da empresa b720 responsável pelo projeto   Complexo Cais Mauá.  Uma frase do arquiteto merece destaque: " Um projeto sem polêmica provavelmente não é um bom projeto ".  O empreendimento foi orçado em R$560 milhões e o consórcio Porto Cais Mauá terá concessão para exploração pelo período de 25 anos. Não se sabe exatamente qual o valor que caberá à  b720  em parceria com escritório de Jaime Lerner, mas é público o fato da existência de uma das principais polêmicas estar relacionada ao processo licitatório que deu resultado positivo ao projeto da empresa espanhola.  O artigo escrito pela arquiteta Adriana  Schönhofen Garcia.    "Cais Mauá: Porquê um só vencedor? "  apresenta os problemas encontrados na licitação. No blog da autora também são apresentados alguns pontos que remete...

Encerramento das atividades

Prezados amigos, No  dia 01 de dezembro de 2016  foi realizada a Assembleia Geral de dissolução da Ong Cidade, cumpridas todas as formalidades legais e o que previa o Estatuto da entidade para esse caso. Nosso acervo ficou sob a guarda do NPH/UFRGS (Núcleo de Pesquisa em História da Universidade Federal do Rio Grande do Sul), coordenado pelo professor Mathias Seibel. Abraços a todos e boa luta!